Comunicação Não Violenta traz em sua essência uma forma de comunicação e cooperação dos seres humanos entre si, nas habilidades de linguagem, com o objetivo de conquistar um estado natural para observar as situações, proporcionado por um sentimento de compaixão, através de uma percepção própria em todos os seus aspectos: familiar, social e cultural. O uso das palavras exerce um papel importante na manutenção de um estado natural de compassividade, mesmo nas situações mais dolorosas e difíceis.
Os benefícios de enriquecer o vocabulário de nossos sentimentos são evidentes em vários contextos da vida. A mudança que desejamos ver no mundo começa a se realizar a partir da mudança que cada um promove a partir de si mesmo. Isso pressupõe o reconhecimento da nossa própria violência nas nossas palavras e atitudes. A partir desta reformulação, nossas palavras deixarão de ser reações repetitivas e automáticas, passando a expressar clareza ao que estamos percebendo, sentindo e desejando.
A CNV nos convida a averiguarmos cuidadosamente e identificarmos os comportamentos e as condições que nos afetam e dessa forma passamos a desenvolver habilidades de linguagem e comunicação, substituindo antigos padrões de defesa, ataque e julgamentos por um enfoque novo. O desenvolvimento deste enfoque novo promove o respeito, a atenção e a empatia. Para que isso aconteça quatro componentes, são fundamentais.
O PROCESSO DA CNV:
Os 4 componentes:
1.Observação
2. Sentimento
3. Necessidade
4. Pedido
Primeiramente observamos o que está de fato acontecendo em uma situação, o que estamos vendo os outros dizendo ou fazendo que é enriquecedor ou não para nossa vida. A ideia é tentar articular essa observação sem fazer nenhum julgamento ou avaliação. Em seguida identificamos como nos sentimos ao observar aquela ação: magoados, alegre, irritado…. Em terceiro lugar reconhecemos quais de nossas necessidades estão ligadas aos sentimentos que identificamos. O livro nos mostra como exemplo: Uma mãe poderia expressar essas três coisas para um filho adolescente dizendo: “Roberto quando vejo dois pares de meias sujas debaixo da mesa e mais três perto da tv, fico irritada, porque preciso de mais ordem no espaço que usamos em comum. E continuaria com o quarto componente, o pedido bem específico, ”Você poderia colocar suas meias em seu quarto ou na lavanderia?” Esse componente mostra o que estamos querendo da outra pessoa para enriquecer nossa vida.
Parte da CNV consiste em expressar as quatro informações muito claramente. Outro aspecto a ser trabalhado consiste em receber as mesmas quatro informações dos outros. Primeiramente percebendo o que estão observando e sentindo e do que estão precisando e depois tentamos descobrir o que pode encantar sua vida, fazendo o pedido. Sendo assim estabelecemos um fluxo de comunicação dos dois lados.
Ao nos propormos a esta busca, passamos a tomar consciência da nossa realidade de ação e interação com o mundo ao nosso redor. Esta atitude progressivamente tem uma ação libertadora, pois à medida que vamos aumentando o nosso grau de consciência, amenizamos a necessidade de defesa e abrimos o caminho para a possibilidade de transformações e aprendizados.
REFERÊNCIAS:
ROSENBERG, M. B. Comunicação não violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. Tradução de Mário Vilela. 3. ed. São Paulo: Editora Ágora, 2006.
Martinot, Annegret F.; Fiedler Augusto José. A IMPORTÂNCIA DA CNV – COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA NA REALIZAÇÃO DO PROCESSO DE AUTOCONHECIMENTO. Revista Educação. UNG SER. V.11 N.01. 2016.